Fomos criados à imagem de Deus, e um exemplo maravilhoso dessa semelhança está em podermos nos comunicar através da fala, pois o nosso Deus, fala. Interessante também que é nesse ponto que mais tropeçamos. Por termos
essa capacidade, facilidade e até mesmo liberdade, muitas vezes saímos falando de
qualquer maneira que nem nos damos conta do que de fato estamos causando, a nós
mesmos e ao nosso próximo. O ap. Paulo se preocupa tanto com esta questão, que nos
ensina a respeito do uso abençoador da fala, da comunicação. Ele começa pelo
negativo: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe”. v.29a - Não use palavras podres, sem valor; Daí ele
segue com a injunção positiva: Sim, se
comunique de maneiras que construa algo bom e seja realmente necessário; Por
fim, o motivo: Porque assim você vai transmitir conforto ao seu próximo e
cooperar na salvação do outro; Então, “palavra torpe” - Significa que
nesta questão do falar o cristão deve ser totalmente diferente do não cristão
(Ef.4.17) – “não mais andeis como também andam os gentios...”. Quanto a
fala, como são os ímpios? Invariavelmente falam demais, não tem controle, se
excedem e falam sem pensar; Muitos evidenciam o próprio ego, se exibem e buscam,
por vezes, ser o centro das atenções. Mas, uma conversação torpe é mais do que evidenciar
o ego, é demonstrar também falta de polidez, um falar indigno, indecente, sujo.
Quando o coração muda, a boca muda. “Não saia da vossa boca...”, Deus
quer que nós consideremos as consequências que nossas palavras causam nos outros,
pois alguém pode nos ouvir e dependendo do que ouvir pode lhe ser nocivo.
Assim, devemos estar atentos para que ao nos relacionarmos com as pessoas, não
as prejudiquemos com a forma e nem com as palavras que pronunciamos. (Rm. 3.14).
Jamais saiam da nossa boca palavras torpes, façamos morrer em nossos lábios
pelo bem dos outros e para a glória de Deus. O que então deve sair da nossa
boca? Palavras equilibradas, com controle, não egoístas, porém altruístas, algo
que construa, que edifique alguém; A nossa fala deve sempre buscar o bem do
nosso próximo; Esse é o contexto do cap.4 de Efésios. Somos um corpo e devemos
valorizar a unidade; Falemos a verdade cada um com o nosso próximo. “Irai-vos
e não pequeis, não se ponha o sol sobre a vossa ira”, ou seja, não vá
dormir com um mau pensamento sobre o seu próximo; “Aquele que furtava, não furte
mais, antes trabalhe para que tenha o que repartir para atender à necessidade”,
do seu PRÓXIMO; Portanto, a nossa comunicação deve sempre considerar a condição
do outro. Este deve ser sempre o nosso alvo. Por isso é que a nossa fala precisa
ser boa, edificante, necessária; mesmo sendo boa e edificante, é necessária?
Por fim, que “transmita graça aos que ouvem”. Graça aqui, significa que
penso no outro, como alegrar o outro. Cria empatia, de coração para coração, de
amigo. Jesus disse que há uma conexão entre o coração e a boca, pois, “A
boca fala do que está cheio o coração”. Também daremos conta no dia do
juízo por todas as palavras frívolas que proferimos (Mt 12:33-37). Nossa língua
pode ser uma fonte de vida ou um instrumento de morte (Tg 3). Com ela podemos
animar ou destruir as pessoas (Pv 12:18). Portanto, sejamos bênção! Pr. Luiz Eduardo