FILEMOM – As motivações de quem
perdoa – Fm. 19-25
A virtude de quem perdoa - Nos versos 1-7, vimos que
Paulo não se apresenta como apóstolo e sim como um prisioneiro de Roma e de
Cristo. Endereça a carta não somente a Filemom, mas para sua família e igreja,
demonstrando assim o desejo de que a solução do caso entre o escravo Onésimo e
o seu senhor, que se tornara público, sirva de edificação para a comunidade que
se reunia na casa dele. Paulo faz questão de registrar a vida virtuosa de
Filemom, especialmente seu amor e fé para com o Senhor, evidenciados no
relacionamento com o próprio Paulo e com os demais irmãos da igreja. Com isso
ele prepara a mente e o coração dos destinatários para o principal assunto que
motiva a escrita da carta: o perdão.
Paulo, nessa introdução, especialmente destaca o AMOR, principal fundamento e virtude
do perdoador. (1Co
13.4-8)
As atitudes (ações) de quem perdoa – Nos versos 8-18, Paulo intercede em favor de Onésimo. Antes um
escravo inútil, por ter causado prejuízo a Filemom, mas que agora é útil, um
novo homem, transformado, pois regenerado pelo poder e graça do evangelho de
Cristo pregado pelo apóstolo enquanto presos em Roma. Paulo apela a Filemom,
pelo amor e amizade em Cristo que os une, que acolha de volta a Onésimo, agora
não como um escravo, simplesmente, mas como se fosse o próprio Paulo, um irmão
amado disposto a servi-lo no Senhor. Paulo ainda se compromete a pagar qualquer
débito que Onésimo tenha deixado. Com estas considerações, Paulo lembra os
destinatários das atitudes peculiares daquele que foi perdoado dos seus pecados
e salvo da Ira de Deus por meio de Cristo, e entende que agora faz parte do
Corpo de Cristo, a Igreja, e que, portanto, são um, e que assim sendo, o
relacionamento deve ser restabelecido, confirmando assim, na prática, uma vida
de amor e perdão, atitudes de verdadeiros
cristãos.
As motivações de quem perdoa –
Finalizando a carta com os versos 19-25....
Paulo tinha certeza de que estas motivações estavam presentes na
vida de Filemom
v.19 – de próprio punho – Paulo sempre utilizava um
amanuense para escrever suas cartas. Quando o assunto exigia uma maior atenção
dos leitores ele mesmo escrevia um trecho, autenticando e particularizando a
mensagem.
·
Me deves até a ti mesmo – Paulo lembra a Filemom que ele
tinha uma dívida muito maior que essa que ele se dispôs a pagar, pois Paulo o
conduziu à fé salvadora, e essa dívida Filemom jamais poderia pagar.
o
Aqui está, portanto, a primeira motivação para um
cristão perdoar um seu irmão:
§
Reconhecer o imerecido perdão recebido de Deus. Cl 2.13,14
v.20 – Reanima-me o coração em Cristo – Este é o segundo motivo
pelo qual devemos perdoar um irmão:
·
Pelo fato da carta ter sido
endereçada, não somente a Filemom, mas para igreja também, a unidade da igreja de Cristo está sendo visada aqui e até
mesmo aperfeiçoada, bem como a
alegria do mediador, nesse caso aqui: Paulo. Ver Fp. 2.2 – a unidade da igreja fazia a
alegria do apóstolo.
v.21 – Farás mais do que estou pedindo – A terceira motivação
de um Cristão que perdoa é alegrar-se em
abençoar um irmão com atitudes que vão além do que ele espera. Atos 20.35. Paulo
tinha certeza (certo estou) de que
Filemom se alegraria em receber e abençoar a Onésimo, mais do que esperava ser
abençoado por ele, tendo de volta mais que um escravo, agora convertido, que
não mais lhe daria prejuízo, pelo contrário, lhe seria verdadeiramente útil.
v.22 – A esperança da
libertação de Paulo – Paulo esperava ser libertado
da prisão e assim estar com Filemom e os demais irmãos da igreja em Colossos. Por vossas orações (2Co
1.11)– Ele contava com a intercessão da Igreja junto a Deus e
esperava que esse desejo fosse realizado.
v.23 – Epafras – ver Colossenses 4.12
– com quem Paulo andava?
v.24 – Marcos (O escritor do Evangelho e o mesmo João Marcos, primo
de Barnabé – Cl 4.10,11) quem Paulo não permitiu que participasse da sua equipe
missionária, na segunda viagem, por ter ele desistido no meio do caminho na
primeira viagem.
A quarta motivação de quem perdoa é reconhecer
que aquele que te pede já passou por isso e dá o exemplo. Paulo perdoou a João
Marcos. 2Tm 4.11
– Seguir o exemplo de um servo de cristo deve ser motivador.
Aristarco – de Tessalônica, foi arrebatado
por uma multidão em Éfeso, e acompanhou Paulo na viagem até Jerusalém e depois
a Roma.
Demas – Até que fosse tomado pelo mundo (2Tm 4.9,10),
ele serviu com Paulo no ministério missionário.
Lucas – Médico pessoal e amado amigo
de Paulo que o acompanhava nas viagens.
v.25 – A saudação final – Todos nós, cristãos, necessitamos
da graça do Senhor Jesus Cristo para
viver de maneira a cumprir os propósitos de Deus na própria vida e na daqueles
a quem Cristo tem colocado na nossa vida.
É somente pela graça que
Filemom e qualquer um de nós, poderemos andar segundo a vontade de Deus, cumprindo
seus mandamentos, obedecendo amavelmente à sua vontade e exercitarmos com amor,
o perdão. Com o vosso espírito – Lembra
que a nossa vida vai além do plano material, físico, horizontal, pois é também
espiritual, e é nesse plano que se resolvem essas questões, sobre o perdão.
Pois a nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas contra as potestades, o
inimigo das nossas almas e que quando somos alcançados pela graça de Deus temos
restabelecido, primeiramente, a amizade com Deus e então o Seu Espírito, que
habita em nós, nos impulsiona e nos motiva a buscarmos a paz também com o nosso
semelhante, e primeiramente com os da mesma fé.
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